colistimetato de sódio
colistimetato sódico
Nome genérico: colistimetato de sódio
*O colistimetato de sódio é uma pró-droga (inativa) que quando hidrolisada libera a colistina (ativa). Cada 1 mg de colistimetato de sódio equivale a aproximadamente 12.500 UI.
Cada 1 mg de colistina equivale a aproximadamente 30.000 UI.
Colistimetato de sódio por via inalatória é indicado para o tratamento por nebulização (inalação) de colonização e infecções pulmonares causadas por Pseudomonas aeruginosa suscetível, em pacientes com fibrose cística (doença hereditária que causa deficiências progressivas).
Colistimetato de sódio por via intravenosa é um antibiótico indicado para o tratamento de infecções agudas ou crônicas devidas a linhagens suscetíveis de certos bacilos Gram-negativos.
Estas infecções incluem: infecções do trato respiratório inferior e do trato urinário, onde outros antibióticos não possuem eficácia devido à resistência ou são contraindicados.
Colistimetato de sódio por via inalatória é usado para o tratamento da colonização e infecções do pulmão causadas por Pseudomonas aeruginosa suscetíveis ao fármaco em pacientes com fibrose cística. Esta é uma bactéria muito comum que infecta os pulmões de quase todos os pacientes com fibrose cística em algum momento durante suas vidas. Se a infecção não for devidamente controlada esta continua danificando os pulmões, causando mais problemas. Colistimetato de sódio é inspirado para os pulmões por inalação, de modo que mais antibiótico possa agir contra as bactérias que causam a infecção.
Colistimetato de sódio por via intravenosa tem sido de particular valor terapêutico em infecções agudas e crônicas do trato urinário causadas por linhagens suscetíveis de Pseudomonas aeruginosa. É efetivo no tratamento de infecções devidas a outros bacilos Gram-negativos que se tornaram resistentes a antibióticos de amplo espectro (atua contra diversas bactérias).
Sabe-se que o colistimetato de sódio reduz a quantidade de acetilcolina liberada a partir da junção neuromuscular pré-sináptica (encontro entre nervo e músculo para realizar contração muscular) e, portanto, não deve ser utilizado em pacientes com miastenia gravis (doença muscular inflamatória).
Usar com cuidado em pacientes com comprometimento renal já que o colistimetato de sódio é excretado pelos rins.
Nefrotoxicidade (tóxico aos rins) e neurotoxicidade (tóxico ao sistema nervoso) podem ocorrer especialmente se a dose recomendada for excedida.
Não use o colistimetato de sódio concomitantemente (juntamente) com outros medicamentos que tenham efeitos nefrotóxicos ou neurotóxicos, exceto se houver grande cuidado.
Usar com extremo cuidado em pacientes com porfiria (doença metabólica que se caracteriza pela retenção de porfirinas nos tecidos).
Não usar o colistimetato de sódio para nebulização em pacientes com asma.
A segurança do uso da droga durante a gravidez não foi estabelecida.
Há evidências que o colistimetato de sódio atravessa a barreira placentária e consequentemente há potencial para toxicidade fetal se administrado durante a gravidez. Estudos animais são insuficientes no que diz respeito aos efeitos na reprodução. O uso de colistimetato de sódio durante a gravidez só deve ser feito avaliando-se fator de risco - beneficio.
O colistimetato de sódio é excretado no leite materno, portanto a amamentação não é recomendada durante o tratamento com colistimetato de sódio.
Foi reportada neurotoxicidade, caracterizada por tontura, confusão ou distúrbios visuais após a administração intravenosa e nebulização.
Caso estes efeitos ocorram, os pacientes devem ser advertidos para evitar dirigir veículos ou conduzir máquinas.
Devido aos efeitos do colistimetato de sódio na liberação de acetilcolina, relaxantes musculares não despolarizantes (usados na anestesia geral em cirurgias) devem ser usados com extremo cuidado já que os seus efeitos poderão ser prolongados.
O uso concomitante do colistimetato de sódio com outros medicamentos que são nefrotóxicos ou neurotóxicos (cefalotina sódica, aminoglicosídeos, relaxantes musculares não despolarizantes, gentamicina, amicacina, netilmicina e tobramicina) deve ser realizado somente com grande cuidado, pois pode ocorrer aumento do risco de problemas renais.
A mistura de drogas em soluções de colistimetato de sódio deve ser evitada. A adição de outros antibióticos como a eritromicina, a tetraciclina ou cefalotina sódica a soluções de colistimetato de sódio pode levar à precipitação.
O produto deve ser armazenado em sua embalagem original, em temperatura ambiente (15°C a 30°C), protegido da luz e umidade.
Use sempre colistimetato de sódio exatamente como seu médico lhe indicou. Você deve consultar o seu médico ou farmacêutico se tiver alguma dúvida.
A dose usual para adultos e crianças com idade superior a dois anos é de 1.000.000 a 2.000.000 UI, duas ou três vezes ao dia. Seu médico irá determinar a melhor dose para você.
Informe ao seu médico se você tem problemas de rins porque você pode precisar usar uma dose mais baixa de colistimetato de sódio.
Você deve utilizar a primeira dose de colistimetato de sódio quando estiver com o seu médico ou enfermeiro.
Use o seu colistimetato de sódio após a fisioterapia (se você tiver fisioterapia) e após ter usado outros medicamentos nebulizados que lhe foram prescritos.
Colistimetato de sódio deve ser inalado através de um nebulizador. Pode ser inalado em qualquer sistema de nebulização que forneça antibióticos para os pulmões. Utilizar em ambientes bem ventilados.
Seu médico ou enfermeira irá mostrar-lhe como usar colistimetato de sódio com o nebulizador. Antes do colistimetato de sódio ser inalado deve ser reconstituído conforme instruções a seguir:
Após a reconstituição com 2 mL, o produto tem volume final de aproximadamente 2 mL e concentração de aproximadamente
500.000 UI/mL. Após a reconstituição com 4 mL, o produto tem volume final de aproximadamente 4 mL e concentração de aproximadamente 250.000 UI/mL.
Após a reconstituição com 4 mL, o produto tem volume final de aproximadamente 4 mL e concentração de aproximadamente
500.000 UI/mL. Após a reconstituição com 8 mL, o produto tem volume final de aproximadamente 8 mL e concentração de aproximadamente 250.000 UI/mL.
A seguir encontram-se as instruções gerais sobre como dissolver o colistimetato de sódio:
Adicione lentamente o diluente adequado ao frasco-ampola.
Role o frasco suavemente entre as duas mãos para dissolver o colistimetato de sódio no líquido. Isso vai reduzir a formação de espuma.
Evite agitar o frasco muito rápido.
Despeje a solução no nebulizador.
Qualquer solução não utilizada deve ser descartada.
A dose de colistimetato de sódio é dependente da suscetibilidade do agente infeccioso, gravidade, tipo de infecção, da idade, peso corporal e função renal do paciente.
1.000.000 - 2.000.000 UI a cada 8 horas. A dose máxima é 6.000.000 UI (480 mg) em 24 horas. É recomendado tratamento mínimo de 5 dias.
Estimativas da concentração sérica são recomendadas, especialmente em pacientes com comprometimento renal ou fibrose cística e em neonatos. Concentrações séricas de 10-15 mg/L (aproximadamente 125-200 UI/mL) devem ser adequadas para o tratamento da maioria das infecções.
A dosagem pode ser aumentada até o máximo de 6 milhões de UI por 24 horas de acordo com a condição do paciente, se a resposta clínica ou bacteriológica for baixa.
Onde existe comprometimento renal, a excreção pode ser retardada e as doses diárias (magnitude da dose e intervalo da dose) devem ser ajustadas em relação à função renal, conforme indicado na tabela abaixo, para prevenir acumulação do colistimetato de sódio.
A tabela abaixo fornece uma sugestão de modificação de dose para pacientes com comprometimento renal:
Normal | Leve | Moderado | Severo | |
Creatinina (mcmol/L) | 60 – 150 | 106 – 129 | 130 – 214 | 215 – 340 |
Clearance de creatinina | 76 a 100 | 40 a 75 | 25 a 40 | Menos que 25 |
(% do normal) |
Dose unitária (Milhões de UI) | 1,3 a 2 | 1 a 1,5 | 1 | 1 a 1,5 |
Frequência (Vezes por dia) | 3 | 2 | 1 ou 2 | A cada 36 horas |
Dose diária total (Milhões de UI) | 4 a 6 | 2 a 3 | 1 a 2 | 0,6 a 1 |
O colistimetato de sódio pode ser reconstituído e diluído conforme as instruções a seguir:
Após a reconstituição com 2 mL, o produto tem volume final de aproximadamente 2 mL e concentração de aproximadamente
500.000 UI/mL. Após a reconstituição com 4 mL, o produto tem volume final de aproximadamente 4 mL e concentração de aproximadamente 250.000 UI/mL.
Após a reconstituição com 4 mL, o produto tem volume final de aproximadamente 4 mL e concentração de aproximadamente
500.000 UI/mL. Após a reconstituição com 8 mL, o produto tem volume final de aproximadamente 8 mL e concentração de aproximadamente 250.000 UI/mL.
Em seguida, a solução deve ser diluída para um volume adequado para a infusão por no mínimo 30 minutos. Os diluentes adequados são solução de cloreto de sódio a 0,9%, glicose 5%, frutose 5% e solução de Ringer.
A administração deve ser efetuada através de infusão intravenosa e cada dose de colistimetato de sódio pode ser diluída para 50 mL, infundir por no mínimo 30 minutos. Pacientes equipados com um acesso venoso implantado podem tolerar uma injeção em bolus (com rapidez) de até 2.000.000 UI em 10 mL administrada num tempo mínimo de 5 minutos.
As soluções devem ser usadas imediatamente após reconstituição.
Colistimetato de sódio para injeção é de uso exclusivo hospitalar, com indicações restritas e só deve ser administrado por pessoal especializado em situações específicas. Deste modo, é responsabilidade do médico verificar cuidadosamente a prescrição e a correta administração do produto.
Use a dose logo que se lembrar, exceto se for perto da hora da dose seguinte. Você não precisa compensar a dose que você esqueceu.
Não pare o tratamento precoce a menos que seu médico diga que você pode. Seu médico lhe dirá por quanto tempo vai durar o seu tratamento.
Colistimetato de sódio pode provocar reações alérgicas como erupções cutâneas. Se isto acontecer, você deve parar de usar colistimetato de sódio e informar o seu médico imediatamente.
Ao inspirar o colistimetato de sódio através de um nebulizador, algumas pessoas notam um aperto no peito, sentem pieira, tosse ou tornam-se ofegantes. Por esta razão, a primeira dose deve ser administrada quando você estiver com o seu médico ou enfermeiro. Seu médico também pode aconselhá-lo a tomar um medicamento para ajudar a evitar qualquer falta de ar. Seu médico poderá verificar sua respiração em consultas médicas.
Colistimetato de sódio pode também afetar os rins, normalmente, se a dose for alta ou se estiver tomando outros medicamentos que possam afetar os seus rins.
Colistimetato de sódio pode causar uma ferida na boca ou dor de garganta.
Se algum dos efeitos secundários se agravar ou se detectar quaisquer efeitos secundários não mencionados nesta bula, informe o seu médico ou farmacêutico.
A reação adversa mais comumente relatada é o comprometimento da função renal, e, mais raramente, insuficiência renal, geralmente após o uso de doses superiores às recomendadas em pacientes com função renal normal, ou falha na redução da dosagem em pacientes com insuficiência renal ou quando usado concomitantemente com outros antibióticos nefrotóxicos. O efeito é geralmente reversível com a descontinuação da terapia, mas raramente a intervenção (terapia de substituição renal) pode ser necessária.
Tem sido relatado que concentrações séricas elevadas de colistimetato de sódio que podem ser associadas a uma superdosagem ou falha na redução da dosagem em pacientes com insuficiência renal, podem levar a efeitos neurotóxicos, tais como parestesia facial, fraqueza muscular, vertigem, fala arrastada, instabilidade vasomotora, distúrbios visuais, confusão, psicose e apneia. O uso concomitante com relaxantes musculares não despolarizantes e de antibióticos com efeitos neurotóxicos similares também podem levar a neurotoxicidade. A redução da dose de colistimetato de sódio pode aliviar os sintomas. Reações de hipersensibilidade tais como “rash” cutâneo (pele avermelhada) foram relatadas.
No caso da ocorrência de tais reações, o uso de colistimetato de sódio deve ser descontinuado.
As reações adversas estão tabuladas abaixo por classe de sistema de órgãos e frequência. As frequências são definidas como muito frequentes (≥ 1 / 10); frequentes (≥ 1 / 100 a <1 / 10); pouco frequentes (≥ 1 / 1.000 a <1 / 100); rara (≥ 1 / 10.000 a <1 / 1.000) e muito raros (<1 / 10.000), desconhecido (não pode ser estimado a partir dos dados disponíveis).
Sistema do corpo | Frequência | Reação adversa relatada |
Doenças do sistema imune | Desconhecida | Reação de hipersensibilidade como “rash” cutâneo |
Doenças do sistema nervoso | Muito comum | Neurotoxicidade, tais como, parestesias facial, da boca e peri- oral, cefaleia e fraqueza muscular |
Desconhecida | Tontura Ataxia (perda da coordenação) | |
Doenças de pele e tecido subcutâneo | Muito comum | Prurido (coceira) |
Doenças renais e urinárias | Muito comum | Insuficiência renal demonstrada pelo aumento da creatinina sérica e/ou ureia e/ou diminuição da depuração renal de creatinina |
Raro | Insuficiência renal | |
Distúrbios gerais e condições no local de administração | Desconhecida | Reação no local da injeção |
Se você perceber que usou mais colistimetato de sódio que seu médico lhe recomendou (ou se outra pessoa usou o colistimetato de sódio), contate o seu médico imediatamente.
Os sintomas de uma superdosagem de colistimetato de sódio podem incluir:
Formigamento ou adormecimento ao redor dos lábios e face
Tonturas e sensação de vertigem
Fala arrastada
Perturbação visual
Confusão
Perturbação mental
Rubor (vermelhidão da face)
A superdosagem pode causar insuficiência renal, apneia (pausas na respiração), fraqueza muscular, vertigem, fala arrastada, instabilidade vasomotora, distúrbios visuais, confusão e psicose (transtornos mentais).
Não há antídotos disponíveis.
O gerenciamento da superdosagem é efetuado através de tratamento de suporte e medidas tomadas no sentido de aumentar a eliminação do colistimetato de sódio, tais como diurese osmótica com manitol (medicamento diurético que atua nos rins aumentando o volume da urina e diminuindo a concentração desta), diálise peritoneal (processo de depuração do sangue) ou hemodiálise prolongada (terapia de substituição renal).